Para exigir direitos
Falta de pagamento provoca ato de trabalhadores da construção
Cerca de 30 profissionais contratados pela Becker Empreiteira passam a ser dispensados, mas rescisões não foram pagas
Jô Folha -
A manhã desta terça-feira (1º) começou com manifesto de trabalhadores da construção civil de Pelotas. Os profissionais - contratados pela Becker Empreiteira - cobram parte do pagamento de dezembro, que ficou para trás, além da segunda parcela do 13º salário e das férias. Os contratos passaram a ser rescindidos, sem que os operários tivessem todos os direitos respeitados.
O ato ocorreu na avenida Adolfo Fetter, em frente a um dos condomínios onde obras são realizadas. "Estamos sempre atentos. Embora o pessoal tenha medo de retaliações, nos relataram os problemas. Queremos discutir e resolver", destaca o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Pelotas, Dario Vilela dos Santos.
O anúncio de que as atividades estavam suspensas foi feito pelo WhatsApp. A promessa de que as pendências seriam pagas na segunda-feira, 20 de dezembro, não se confirmou. Alguns chegaram a atuar nos primeiros dias de janeiro. Agora, passado mais de um mês, os cerca de 30 profissionais ainda aguardam respostas.
Abalo no orçamento e improvisos
Não teve como evitar: a preocupação com as finanças se transformou em estresse e já levou o mestre de obras Paulo César Rodrigues Coutinho, 50, ao médico. Com a constatação de arritmia cardíaca, a fase é de corrida por exames. "Eles nos deixaram com as calças na mão", resume. "Foram limpando a obra aos poucos, levando uma betoneira e uma ferramenta e outra embora, até que no outro dia vieram e deram o veredicto que era pra gente ir pra casa", conta, ao se referir aos episódios do mês de dezembro. Para garantir a renda familiar, o jeito tem sido batalhar espaços como autônomo.
Quem também corre atrás de sustento é o jovem Rian Silva dos Santos, 21. "De bico em bico, a gente vai conseguindo manter o serviço. Mas não tá fácil", sustenta. E luta para assegurar a renda, diante da pressão de pagar o aluguel e prover a alimentação, em especial, da filha de apenas quatro anos de idade.
Sem resposta
O Diário Popular tentou contato com a empresa Becker Empreiteira desde as primeiras horas da manhã, mas os números de telefone não completaram ligação ou não atenderam.
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